Na Creche, fiz sozinho

Amanhã é dia de creche. O teu último dia de creche. E assim se passaram três anos. O cliché de que o tempo voa, confirma-se mais uma vez. Ainda tenho presente em mim o primeiro momento da separação, aquele que me fez tremer como mãe. Eras tão pequenino.

Porém, a escolha da creche foi fácil, procurei sobretudo um lugar onde te sentisses amado e protegido, onde cuidassem de ti como em casa. É o amor a maior lição, a mais insubstituível de todas as aprendizagens. O resto, sei-o agora que não é preciso ter pressa, um dia de cada vez e tu chegas lá!

Estes três anos ajudaram-nos a encontrar o caminho para aquilo que verdadeiramente importa: seres seguro de quem és para no futuro teres certeza do que te faz feliz.

O jardim- de-infância espera por ti. Vou sofrer outra vez, eu sei. Mas é uma condição de mãe, esta de sofrermos por tudo e por nada. Mas também sei que vais estar bem e fico feliz, feliz por te ver caminhar sozinho, feliz por nos reencontramos ao fim do dia, feliz por seres tu a fazeres as tuas escolhas, feliz por saber que estás a crescer. Espero que a história se repita, que te sintas amado, protegido e respeitado. Que continues a aprender a olhar para dentro para assim seres feliz; e que compreendas que isto é mais importante do que ser o melhor do mundo e estar focado nos outros. E é isto, parece simples não é?

Mas tenho quase a certeza que esta fórmula funciona para que os nossos filhos estejam bem, para que cresçam com o
melhor de si e para sejam resilientes no acumular de tropeços que venham a dar. O importante…a família estar sempre lá,
para os reencontros do final de dia, para testemunhar as vitórias e as derrotas.

Quero que saibas que toda esta aprendizagem que fiz sobre ti, sobre o teu crescimento e sobre a felicidade se deve às pessoas
maravilhosas que encontramos nesta creche, na tua creche. Levamos connosco, quase como um lema de vida, a força
das palavras “acreditar” e “confiar”, a certeza de que estando juntos o caminho se torna mais fácil e de que tudo o que
fazemos pelos nossos filhos é bem feito, desde que seja com amor.

Texto da autoria de: Catarina, mãe do Lourenço e da Matilde